Manejo do pirarucu é fortalecido com entrega de empreendimentos de pesca em Fonte Boa - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Manejo do pirarucu é fortalecido com entrega de empreendimentos de pesca em Fonte Boa

Manejo do pirarucu é fortalecido com entrega de empreendimentos de pesca em Fonte Boa
novembro 4, 2019 FAS

Manejo do pirarucu é fortalecido com entrega de empreendimentos de pesca em Fonte Boa

04/11/2019

Unidade de beneficiamento, salgadeira e complexo frigorífico, adquiridos com recursos do Fundo Amazônia/BNDES via Fundação Amazonas Sustentável (FAS), foram entregues a associações de pescadores.

A pesca do pirarucu é uma das atividades mais comuns e tradicionais na região amazônica, que dão sustento e geram renda a populações ribeirinhas. Depois de anos sob escassez e sob ameaça de extinção, a espécie vem sendo recuperada com uso de métodos de pesca de manejo até se tornar uma das mais rentáveis e sustentáveis cadeias produtivas do Amazonas. Parte desses investimentos feitos foram entregues nesta terça-feira (3) a associações de pescadores na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Mamirauá, na sede do município de Fonte Boa, a 678 quilômetros.

Uma unidade básica de beneficiamento de pirarucu, uma salgadeira e um complexo frigorífico de pescado, que receberam juntos R$ 600 mil de recursos via Fundo Amazônia/BNDES para serem construídos, agora poderão alavancar a produção do peixe e beneficiar mais de 500 famílias. Os empreendimentos só foram possíveis por meio de ações do Edital Floresta em Pé e do Programa Floresta em Pé, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em cooperação estratégica do Governo do Amazonas, via as secretarias de Estado de Meio Ambiente (Sema) e de Produção Rural (Sepror), e com apoio das associações de pescadores.

Uma dessas associações é a Associação de Pescadores e Pescadoras de Fonte Boa (ASPPFB), contemplada com a unidade básica de beneficiamento, que sozinha possui a capacidade de produzir 60 toneladas/mês de pirarucu beneficiado, isto é, congelado ou cortado, embalado e rotulado. “Isso é uma conquista para nós, os pescadores, e para a nossa cidade. Além de trazer o benefício do sustento, traz expectativa de vida para nós e para a natureza, porque faz parte da cadeia produtiva do manejo”, disse Aberlan Dias de Matos, presidente da entidade.

Além dessa unidade de beneficiamento, um barco geleiro já havia sido entregue à ASPPFB no ano passado como investimento à cadeia produtiva do manejo do pirarucu. “O manejo sustentável veio para organizar a pesca. Eu lembro lá atrás, quando eu era jovem, quando ia pescar com o meu pai, que para pescar um pirarucu era a coisa mais difícil. A gente tirava de qualquer jeito. Se no lago tivesse 100 peixes, a gente matava os 100, sem qualquer método. Meu pai dizia ‘daqui a 20 anos não vai ter mais peixe’ e hoje graças ao manejo você tem uma cota para tirar. Além de ajudar no sustento das pessoas, ajuda a preservar a espécie”, disse.

Salgadeira e complexo

Os outros dois empreendimentos, a salgadeira, onde acontece os processos de salga, secagem natural, defumação e aproveitamento de subprodutos como pele e carcaça, e o complexo frigorífico, formado por túnel de congelamento para cinco toneladas e câmara frigorífica para armazenar 40 toneladas, foram entregues via Associação de Moradores e Usuários da RDS Mamirauá/Antonio Martins (Amurmam). A salgadeira recebeu investimentos de R$ 150 mil do Fundo Amazônia/BNDES por meio do Edital Floresta em Pé e o complexo frigorífico R$ 300 mil também do Fundo Amazônia/BNDES, mas via Programa Floresta em Pé.

“O petróleo de Fonte Boa é o peixe. São 880 lagos. De Manaus a Tabatinga é o município que tem mais lagos e eu falo isso porque eu conheço. Todos esses empreendimentos de hoje vão fazer a diferença na vida do pescador porque o manejo é o emprego das comunidades. É o manejo tira o caboclo da porta do poder público. Uma obra dessa é de grande importância porque melhora a qualidade de vida das pessoas e preserva o meio ambiente”, afirmou o presidente da Amurmam, José Pereira de Souza, o “Seu Pereira”.

Investimentos

Nos últimos dez anos, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) investiu R$ 6,2 milhões em ações de geração de renda ao manejo do pirarucu na RDS Mamirauá e R$ 2,1 milhões em melhoria de infraestrutura, beneficiando cerca de 2 mil famílias em 178 comunidades. “São barcos de pesca, postos de vigilância, unidades de beneficiamento, tudo entregue e feito em parceria com diversas instituições, como o Governo do Estado, a Prefeitura de Fonte Boa, as associações. As entregas de hoje beneficiam não só os pescadores lá da ponta, nos lagos, mas também que está aqui na cidade porque gera emprego e renda aqui. É uma conquista de todos”, ressaltou Virgílio Viana, superintendente-geral da FAS.

Os empreendimentos só foram possíveis por meio de ações do Edital Floresta em Pé e do Programa Floresta em Pé, da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em cooperação estratégica do Governo do Amazonas. Foto: Diego Peres/ Secom

O governador do Amazonas, Wilson Lima, destacou as ações em prol do desenvolvimento sustentável durante as entregas dos empreendimentos. “Eu fiz questão de vir ao município de Fonte Boa porque aqui estamos inaugurando estruturas que dão condições necessárias para essas pessoas que trabalham de forma manejada e de forma sustentável na Reserva de Mamirauá. Estamos caminhando para outras etapas junto à nossa Secretaria de Meio Ambiente e de Produção Rural para ampliar essas estruturas e para promover o manejo de outros animais, como é o caso, por exemplo, do jacaré, uma vez que a gente tem uma população significativa desse animal aqui na região”, disse.

Sobre a FAS

A Fundação Amazonas Sustentável (FAS) é uma organização brasileira sem fins lucrativos e sem vínculos político-partidários que tem por missão fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada, promovendo ações de desenvolvimento sustentável e de melhoria de qualidade de vida de populações ribeirinhas e indígenas que vivem em Unidades de Conservação (UC). Por meio de programas e projetos, como o Programa Floresta em Pé e o Edital Floresta em Pé, a FAS impacta a vida de cerca de 40 mil pessoas em 16 Unidades de Conservação do Estado, em cooperação com a Sema e apoio do Fundo Amazônia/BNDES, Samsung, Bradesco e Coca-Cola Brasil.

Fotos: Diego Peres/Secom