Oficina de Internet movimenta comunidade de Boa Frente - FAS - Fundação Amazônia Sustentável
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Oficina de Internet movimenta comunidade de Boa Frente

Oficina de Internet movimenta comunidade de Boa Frente
janeiro 15, 2009 FAS

Oficina de Internet movimenta comunidade de Boa Frente

15/01/2009

Os moradores da comunidade de Boa Frente, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, em Novo Aripuanã (AM), participaram no último dia 12, de uma oficina de Internet ministrada pelo Coordenador de Tecnologia da Informação da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Alex Hubner.  Na oportunidade, Hubner, que trabalha na unidade da Fundação em São Paulo, mostrou aos comunitários como fazer uso das tecnologias disponíveis na Escola J. W. Marriott Jr., sediada no Núcleo de Conservação e Sustentabilidade Samuel Benchimol, fruto da parceria da FAS com a rede hoteleira americana Marriot International.

Pessoas que nunca tinham usado um computador, como o professor da comunidade vizinha de Santo Antônio, Valdecy Marques, puderam assimilar na prática tanto noções básicas de informática quanto conceitos de redes, Internet e multimídia. “A escola possui Internet via satélite fornecida pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com a FAS, além de equipamentos diversos. Nossa intenção é conscientizar líderes comunitários e alguns atores sociais sobre o poder e o significado daquele material disponível, além de mostrar um pouco o que podem fazer com ele”, explicou Hubner.


Fachada da escola modelo J. W. Marriott Jr, na comunidade de Boa Frente: Internet via satélite e equipamentos de última geração.

Antes de iniciar a oficina, foi necessário desmistificar o computador, pois para a maioria, a máquina era um desconhecido que chegava a causar medo e apenas pessoas “importantes” poderiam usá-la. Aos poucos, tentando trazer os conceitos para uma realidade mais próxima, Hubner conseguiu alcançar seus objetivos. “Eles foram perdendo a timidez e as perguntas começaram a surgir”, conta.

NA PRÁTICA

O que mais chamou a atenção dos comunitários foi a parte da oficina em que eles aprenderam na prática a compreender e utilizar a Internet. Para ensinar conceitos como de endereçamento web, por exemplo, Hubner usou analogias com dispositivos e situações conhecidas. “Quando você quer falar com uma pessoa ao telefone, você precisa ter o número dela. Da mesma maneira, na Internet, você precisa conhecer uma espécie de ‘número’ para chegar a alguém ou a algum lugar (site de uma empresa ou email de alguém, por exemplo). Só que na internet os ‘números de telefone’ são diferentes”. E continua: “E aí é que eles começam a compreender, sem entrar no mérito do ‘tecniquês’ e simplificando ao máximo, conceitos como ‘URL’, ‘WWW’ e o @ (presente nos emails), nomes e símbolos estranhos, mas presentes na vida destas pessoas. Todos eles vêm isso na televisão, em embalagens e anúncios ou mesmo ouvem no rádio”. Hubner comenta também: “É sempre gratificante perceber que não importa o nível cultural e a região onde se vive, a internet é uma tecnologia que não está tão longe das pessoas como a gente imagina, especialmente das novas gerações, que já nascem ‘plugadas’. É facilmente assimilada também. A cidade mais próxima (Novo Aripuanã), tem o 6o pior IDH do país, não possui sinal de celular, mas já tem duas lan houses que vivem lotadas…”.

Após pesquisarem assuntos diversos e até encontrarem fotos da comunidade na grande rede, os participantes vislumbraram outra possibilidade: a comunicação multimídia. Ao conectar o computador em um programa de conferência via vídeo, Hubner entrou em contato com os funcionários da FAS em São Paulo, que puderam conversar e trocar experiências com os participantes da oficina sobre o ambiente em que cada um vive. “Caminhando com um notebook e câmera nas mãos, os moradores mostraram ao pessoal de São Paulo a estrutura da escola, a floresta logo ali do lado, a chuva que caia forte no momento. Em contrapartida, o pessoal de São Paulo mostrou um cenário bem diferente: céu acinzentado de poluição e uma “floresta” de arranha-céus que podia ser vista pela janela do escritório (localizado num prédio comercial no centro). O mais importante de tudo é que houve uma troca legítima de experiências e conhecimento entre pessoas de duas realidades muito distintas (a floresta e a cidade grande), porém intimamente ligadas (uma influenciando a outra, cada uma à sua maneira). É uma troca de experiências e lições. Com eles eu sempre aprendo mais sobre a floresta, sobre os rios, sobre o modo vida simples, sobre como valorizar coisas esquecidas em tempos de pressa e consumo desenfreado”, disse Alex Hubner.

SOBRE OFICINAS

A FAS promove e financia projetos que fomentem atividades, desenvolvimento e assistência social, saneamento, saúde, educação e turismo baseados nos princípios do desenvolvimento sustentável nas unidades de conservação do Estado do Amazonas. As oficinas de informática e internet, bem como o provimento de infraestrutura tecnológica continuam e fazem parte dos planos da FAS para as outras unidades de conservação do Estado.